Musa Editora - Livros como seres vivos
  • Home
  • Sobre a Musa
  • Blog da Musa
  • Livros
    • Livros Infantis
      • Menino Retirante Vai ao Circo de Brodowski
      • O Flautista de Manto Malhado em Hamelin – Robert Browning
      • O Show dos Bichos
      • O Elefante Infante – edição trilíngue português-inglês-francês
      • O Sapo Apaixonado – uma história inspirada em uma narrativa indígena
    • Literatura Nacional
      • A Retórica Antiga e as outras Retóricas: a retórica como crítica literária, de Dante Tringali
      • eu e Marilyn Monroe & o Outro
      • O Humanismo em Clarice Lispector – um estudo do ser social em “A Hora da Estrela”
      • O mal em Machado de Assis
      • Aziza
      • Devoradores
    • Literatura Estrangeira
      • Biografia de Maquiavel – Roberto Ridolfi
      • José Saramago: tudo, provavelmente, são ficções; mas a literatura é vida
      • Quatro Peças Curtas de Bernard Shaw
      • Romance Com Cocaína – M. Aguéiev
      • História de Florença – Nicolau Maquiavel
    • Cultura & Sociedade
      • Artemídia e Cultura Digital
      • A Cultura Político-Musical Brasileira
      • É Possível Amar Duas Pessoas ao Mesmo Tempo?
      • Demiti o banco, admiti a vida
      • Penumbra: experiência memória
        Descarte do trabalhador
      • USP Para Todos?
      • A Cultura da Juventude de 1950 a 1970 – Waldenyr Caldas
    • Artes
      • Olhar, saber, representar
      • Ir ao Cinema – um olhar sobre filmes
      • Fundamentos Gráficos para um Design Consciente
    • Educação
      • Cultura, formação e desenvolvimento profissional de professores que ensinam Matemática
      • Educação Matemática
      • Você Tem Sede de Quê? – entre a cervejinha e o alcoolismo
    • Música
      • Música Viva
      • Ouvir Wagner – Ecos Nietzschianos
      • Performance & Interpretação Musical
      • Erumavez… uma pessoaqueouviamuitobem
      • Musicantes e o Boi Brasileiro – uma história com [a] música
    • Religião
      • Ave Maria Expositio – Comentário à Ave Maria – Santo Tomás de Aquino (In Salutationem Angelicam Expositio)
      • Teresa de Lisieux
      • Rumo à Terra do Sol
    • Ciência, Tecnologia e Inovação
      • Mentes Criativas, Projetos Inovadores – Klaus de Geus
    • Ecologia
      • Mata Atlântica
      • Criança Ecológica: a História
  • Loja da Musa
  • Musa na Imprensa
    • Livro de Eula Pinheiro sobre José Saramago
    • Quatro Peças Curtas de Bernard Shaw na imprensa
  • Contato
Browse: Home / Blog da Musa

O Fundo Pró-Leitura e o comércio distribuidor

By Musa Editora on 29 de junho de 2010

Reproduzimos aqui um texto de José Henrique Guimarães, diretor da Acaiaca Distribuidora de Livros, publicado anteriormente no blog do Galeno, pois acreditamos que pode contribuir para a discussão tendo em vista o aprimoramento do mercado editorial brasileiro.

O Fundo Pró-Leitura e o comércio distribuidor

Tenho para mim a convicção de que um dos principais instrumentos de facilitação do acesso ao livro no Brasil é o comércio no varejo e no atacado. Na hipótese de institucionalização do Fundo Pró-Leitura e a taxação única em cascata de 1 % sobre o faturamento das empresas, os distribuidores e livreiros serão duramente penalizados, pois operam com margens de lucro muito reduzidas – no caso das distribuidoras, por exemplo, próximas desse percentual. Com os dois principais elos da cadeia de suprimentos enfraquecidos pela taxação em cascata, o Fundo pode de forma contraditória tornar-se uma grave barreira a novos investimentos, ao menos do setor.

A cadeia produtiva do livro no Brasil passa por uma importante transformação iniciada pelo varejo, que se expandiu em redes, em novos formatos de loja, e para a Internet. Abriu-se para o mercado de capitais, provocando uma mudança também por parte das livrarias independentes que, pressionadas pela concorrência, passaram a oferecer melhores serviços como cafés e lojas climatizadas.

Paralelamente, houve a entrada progressiva de capital estrangeiro no negócio editorial, através de filiais de grandes grupos multinacionais, fusões, aquisições, e a modernização de diversas empresas, em sua maioria familiares, combinando a criatividade de seus empreendedores com melhores práticas administrativas, apesar da grande concentração de negócios nas mãos de poucos “players”, e as mazelas advindas disso. Tendência essa, aliás, que se nota nos outros elos da cadeia produtiva.

Por último, e não menos importante, ocorreu a expansão e o surgimento de novas distribuidoras nacionais, com agregados na prestação de serviços, suprindo uma lacuna importantíssima na cadeia de suprimentos, pois fazem o livro alcançar os mais distantes rincões.

Com a introdução das novas tecnologias de informação, estas empresas vêm promovendo o acesso das livrarias e bibliotecas a todo o acervo brasileiro e internacional de publicações, com estoques para pronta entrega e serviço de encomendas e logística de altíssimo padrão – modelo muito parecido com o que se pratica hoje na Europa e nos Estados Unidos.

Em contato recente com o presidente da ABA – American Bookseller Association – em evento promovido pela CBL, ele, livreiro em Montana, me disse que concentra 70 % de seus pedidos em um distribuidor, isto porque tem a garantia de cobertura de estoque e entrega rápida de tal forma que sua livraria possa oferecer aos seus clientes todo o vasto acervo americano e competir com bons serviços e outros agregados com as lojas de redes e “pontocons”.

O debate está começando, a questão é complexa, e, tratando agora somente de nosso setor – distribuidor de livros – que é minoria nos órgãos representativos de classe, e com certeza o mais penalizado com uma possível taxação única, creio que seja necessário um trabalho aprofundado de pesquisa, para que não sejam penalizados aqueles que devem ser os maiores beneficiários de nossos esforços: o LEITOR brasileiro de livros e os novos que virão!

José Henrique Guimarães é Diretor da Acaiaca Distribuidora de Livros e foi Presidente da Câmara Mineira do Livro.

Posted in Artigos | Tagged distribuição de livros, livreiros e distribuidores, mercado editorial | Leave a response

Bienal do Livro 2010 escolhe slogan: Musa Editora estará presente

By Musa Editora on 25 de junho de 2010

O novo slogan da 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo é: “Ponto de encontro da cultura e do lazer”. A frase, escolhida entre 2.702 concorrentes, foi a vencedora do concurso cultural promovido pela organização da feira para escolher o seu mote. O slogan já foi incorporado à comunicação do evento.

O autor do slogan da Bienal do Livro, Luiz Angelo Vilela Tannus, analista de sistemas de Uberlândia (MG), será premiado com um e-reader Gato Sabido, uma coleção de 40 livros de finalistas do Prêmio Jabuti 2010 e um par de ingressos para o Salão do Automóvel 2010. A cerimônia de entrega dos prêmios acontecerá durante a feira.

A Musa Editora estará presente na Bienal do Livro 2010, em conjunto com outras seis editoras pertencentes à Libre, unidas em nome da Bibliodiversidade: Editora de Cultura, Fundação Perseu Abramo, Livro Falante, Ibis Libris, Sá Editora e Publisher Brasil. Divulgaremos em breve novidades a respeito da participação da Musa Editora na Bienal do Livro de São Paulo.

Posted in Bienal do Livro, Eventos | Tagged Bienal do Livro 2010 | Leave a response

Relançamento e Degustação: Cultura, Formação e Desenvolvimento Profissional de Professores que Ensinam Matemática

By Musa Editora on 16 de junho de 2010

O livro Cultura, Formação e Desenvolvimento Profissional de Professores que Ensinam Matemática está sendo relançado neste mês pela Musa Editora. Os livros da Musa sobre ensino de matemática tornaram-se parte essencial da biblioteca de estudiosos do tema e professores em geral.

Para conhecer mais sobre o livro, seus capítulos e ler sua introdução, basta degustá-lo gratuitamente no link abaixo:

DEGUSTAÇÃO DE LIVROS: INTRODUÇÃO DE CULTURA… MATEMÁTICA

Posted in Degustação de Livros, Relançamentos | Tagged Degustação | Leave a response

Entrevista com Klaus de Geus: o que é P&D criativo?

By Musa Editora on 31 de maio de 2010

O ambiente empresarial brasileiro, apesar da recente expansão, é ainda um terreno tradicionalista (no mau sentido). A tendência à burocratização e à estagnação do pensamento reflete uma mentalidade funcionalista, que mata no berço as possibilidades de gestões criativas e modernizadas, o que sem dúvida compromete as chances das empresas nacionais em um mundo cada vez mais global.

Contra essa situação, o livro Mentes Criativas, Projetos Inovadores, recém-lançado pela Musa Editora, em coedição com a Universidade Tuiuti do Paraná, trata das grandes possibilidades de reverter esse quadro apostando na criatividade e na mudança da mentalidade industrial no ainda provinciano mercado nacional. Para tanto, o incentivo aos projetos de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), ainda incipiente, é apresentado como o melhor e mais eficiente caminho para os desafios empresariais no século XXI, que cada vez mais demandam inovação e não respostas prontas sobre este ou aquele problema.

Para falar mais sobre o assunto, o site da Musa Editora convidou o autor do livro Mentes Criativas, Projetos Inovadores, Klaus de Geus, para uma entrevista que pretende apresentar as ideias e sugestões de Klaus a respeito do atual estado do investimento nacional em inovação e criatividade.

Klaus de Geus é diretor da Faculdade de Ciências Exatas e de Tecnologia da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), gerente de programa de pesquisa e desenvolvimento na Companhia Paranaense de Energia (COPEL) e professor colaborador no Programa de Pós-Graduação em Métodos Numéricos no Centro de Estudos de Engenharia Civil (CESEC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Klaus, primeiramente conte-nos um pouco sobre como se construiu sua visão sobre a criatividade no ramo empresarial.

Minha visão sobre a criatividade no ramo empresarial advém das encruzilhadas em que me encontrei em diversas épocas da minha vida profissional. Na época da minha graduação, vivia em constante luta, não sabendo se seguia meus interesses artísticos ou meus interesses “de profissão”. Sim, parecia que arte não era profissão. Isso aguçou em mim a percepção das diferenças entre a organização e a criatividade. Enquanto as questões ligadas à profissão pareciam exigir mais da organização, as questões relacionadas aos interesses artísticos definitivamente exigiam mais do poder da criatividade. Acabei me tornando um profissional com perfil mesclado. Isso se evidenciava como vantagem sob alguns aspectos, mas aparentemente as desvantagens pareciam ser maiores, porque, na vida profissional, é-se cobrado pelo “perfil profissional”, ou seja, técnico e organizado. A partir daí, tentei trilhar um caminho que resolvesse ou pelo menos amenizasse meu dilema.

Em países desenvolvidos, como Israel, Suécia e Finlândia, Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) é uma realidade, e todas as grandes empresas buscam investir na área. Por que a resistência brasileira em se juntar a esse time?

O principal motivo para a postura vigente no Brasil é a cultura de gestão de empresas, a qual se fundamenta nos princípios da revolução industrial. Nossas próprias leis incentivam essa postura. Para uma pessoa com perfil empreendedor, a CLT é o refúgio legal da mediocridade, o amparo sistemático da mesmice. Gestores focam organização e perpetuam essa situação, escolhendo sucessores com o mesmo perfil. Pessoas criativas são vistas como irresponsáveis e, às vezes, até mesmo como “esquisitas”. Não há lugar para pessoas criativas nas empresas geridas de acordo com a postura industrial. Parece que no Brasil a lógica é inversa: Os menos capacitados governam os mais capacitados.

Segundo dados do Department for Business Innovation & Skills (BIS), empresas como a Ericsson gastam quase um quarto (24,9%) de suas receitas com P&D. Os números no Brasil são sem dúvida muito menores. O que deve ser feito para, se não igualar, ao menos otimizar o investimento em inovação e criatividade nas empresas?

Investir em P&D significa abrir mão do lucro imediato para pensar na sustentabilidade, ou seja, no futuro do negócio e da empresa. Significa empreender tarefas criativas no intuito de alcançar diferencial competitivo, por meio do aumento do estoque de conhecimento necessário para evoluir no negócio. Empresas multinacionais estão presentes em um determinado país para concretizar lucro, e não para investir no conhecimento que lhes pode trazer diferencial. Esse investimento acontece normalmente no país de origem, quando acontece. Em empresas inseridas no contexto político, resultados visíveis devem ser mostrados num horizonte de quatro anos. Esses aspectos constituem uma forte barreira ao investimento em P&D. No Brasil, empreendedores criativos existem, mas têm que enfrentar um desafio muito grande para sobreviver no mercado. Todos sabem que é muito difícil criar uma empresa e conseguir fazê-la crescer no contexto brasileiro, devido a muitos aspectos, especialmente o da tributação e da burocracia. O país, não obstante sua retórica voltada ao incentivo à inovação, dedica esforços desencontrados no sentido de pavimentar seu caminho de crescimento e se consolidar como um país inovador. Os esforços são desconexos. Ao mesmo tempo em que uma entidade fomenta P&D e inovação sustentada, as leis e os mecanismos de fiscalização continuam em sua mentalidade industrial, baseada em números apenas. Nos últimos anos foram promulgadas leis que supostamente incentivam a inovação, tais como a lei de inovação e a lei do bem. Entretanto, mesmo após muita discussão enquanto as leis estavam “no forno”, seu formato final acabou se mostrando extremamente acanhado, provendo mecanismos interessantes, porém difíceis de implementar e limitados a diversos fatores, como forma de evitar ou minimizar as chances de corrupção. O que podemos concluir a respeito disso? Uma das conclusões que se mostram claras é que o país perde muito tempo lutando contra a cultura de levar vantagem, a corrupção, impondo limites e fiscalizações exacerbadas, as quais acabam por inviabilizar as iniciativas voltadas à inovação.

Em termos de gestão empresarial, a cultura ainda é um fator importante na postura do país. A criatividade e, consequentemente, a inovação dependem de pessoas. O modelo de gestão industrial pressupõe a aniquilação de fatores pessoais. A empresa funciona por processos e independem de quem ocupa um determinado lugar no contexto de um determinado processo. A criatividade está centrada em pessoas, que por sua vez podem criar um ambiente criativo. As pessoas criativas estão presentes nas empresas, porém não têm um lugar de destaque, pois a gestão industrial preconiza a organização e o controle. Para atingir um novo nível de inovação, é necessário repensar a gestão. Não basta ter pessoas criativas. A gestão e a direção têm que ser criativas.

Quais empresas você admira, dentro ou fora do Brasil, por seu incentivo à inovação?

No Brasil, a empresa que notoriamente tem produzido inovação é a Petrobras. Sem dúvida, ela constitui um ícone de crescimento e inovação no país. No pouco contato direto que tive com a Petrobras, pude perceber que existe a tendência de que a inovação ocorra em determinados contextos simplesmente porque há liberdade nos níveis hierarquicamente inferiores, ou seja, apesar dos gestores. A luta entre a mentalidade industrial da gestão e o empreendedorismo da classe criativa, que ainda está confinada à parte inferior da hierarquia organizacional, é acirrada.

Os exemplos que posso imaginar de forma geral em termos de empresas inovadoras são os mesmos que qualquer pessoa atenta a esse aspecto daria. A empresa Google, que está presente de forma quase que ubíqua na vida das pessoas atualmente, e a empresa Apple, que recentemente passou a Microsoft em valor de mercado, são ícones no ramo da tecnologia. A lista das empresas inovadoras não se restringe ao meio tecnológico, mas essas são as empresas as quais vejo como grandes inovadoras, Google e Apple. E por que elas são inovadoras? Porque seus líderes e criadores o são. Elas nasceram da criatividade.

Como se vê em seu livro desde a capa, o paralelo com as artes é algo importante em sua visão do mundo empresarial. De que maneira fazer um mundo tão técnico (de analistas, especialistas, gerentes…) interessar-se por outros ramos do conhecimento como as artes plásticas?

A questão não é fazer alguém técnico gostar de artes. A questão é estratégica e consiste em unir o mundo técnico ao mundo artístico e fazê-los se mesclarem. As pessoas certamente irão começar a olhar as coisas com outros olhos. Quanto mais a sociedade evoluir e o trabalho se tornar mais mental, mais criativo, e menos processual, menos linha de produção, mais o trabalho se parecerá com a arte. No futuro, aqueles que souberem mesclar trabalho e arte, ou seja, trabalhar como um artista, serão aqueles que alcançarão sucesso.

O exercício das artes, sejam artes plásticas, música, teatro ou qualquer outro tipo, tem o poder de abrir a mente do indivíduo para a criatividade, para a experimentação e, enfim, num último estágio, para a inovação. A experimentação é hoje algo temido pelas empresas, pois significa, de acordo com a mentalidade da gestão industrial, perda de tempo (“Não temos tempo para ficar experimentando coisas, para ficar brincando. Temos que produzir!”). Uma empresa inovadora tem por base um ambiente criativo, no qual conta com pessoas de diferentes perfis que se complementam. Ninguém está dizendo que processos não devem existir, nem que todas as pessoas têm que ser criativas. O que deve ser dito é que tem que haver espaço para as pessoas criativas para que a inovação aconteça.

Nesse sentido, quais artistas (dentre todas as artes) você mais admira?

É difícil listar artistas por ordem de importância, uma vez que as contribuições que cada um dá à sociedade se complementam. Mas não posso deixar de admirar aqueles que fazem escola pelo mundo afora. Na música, dentre os mais conhecidos, admiro Beethoven e Bach, além de outros mais específicos, tais como Chopin e Debussy. No Brasil, há um expoente que é pouco admirado em seu próprio país, mas muito valorizado fora, Heitor Villa Lobos. Seu trabalho junto ao folclore brasileiro é um trabalho sensacional. Em épocas modernas, Tom Jobim inventou muita coisa, usando acima de tudo criatividade aliada à qualidade musical.

Nas artes plásticas, aquele que notoriamente iniciou a evidenciação da junção da arte com a ciência foi Leonardo da Vinci. Como eu mesmo cito no capítulo 7 do livro, “Da Vinci não tinha formação especializada, nem se atinha à perfeição no que concerne à execução de suas obras, ou seja, “seu acabamento”. Ele se dedicava aos estudos, aos rabiscos, à inovação, à compreensão de fenômenos que queria representar”. A capa do livro, que tem por base a pintura de Johannes Vermeer “O Astrônomo”, reflete a conexão entre a ciência e a arte. “A Holanda do século XVII tinha um espírito de exploração baseado no interesse pelo mundo e pelo universo, pelo familiar e pelo exótico, tendo sido o palco do desenvolvimento do microscópio e do telescópio. A pintura de Vermeer celebra o astrônomo e o trabalho artístico, evidenciando o vínculo entre ciência e arte por meio de sua linguagem na pintura”. Maurits Cornelis Escher também é digno de menção nesse contexto devido ao seu trabalho artístico inspirado na matemática, representando situações e construções impossíveis, explorações do infinito e metamorfoses, em representações com características dinâmicas dignas de admiração.

É difícil falar algo sobre a literatura, mas gostaria de mencionar aqueles que sintetizavam grandes pensamentos usando pouquíssimas palavras, em aforismos que marcam a sociedade, tais como George Bernard Shaw e, no Brasil, Paulo Leminski. Novamente, não estou dizendo que esses são os melhores escritores do mundo, mas digo que eles marcam por suas características individuais e pela natureza de seu trabalho.

Na introdução, você diz que o livro se destina a diversos grupos, inclusive aos acadêmicos. Há uma grande polêmica, em especial em universidades públicas, a respeito da presença de empresas financiando pesquisas acadêmicas. Quais os motivos dessa resistência e como contorná-los?

Sinto-me confortável ao falar sobre isso, mesmo que minhas palavras soem como pesadas críticas, uma vez que estou inserido a esses dois mundos, a empresa e a universidade. Minha experiência em empresas públicas e privadas e em universidades públicas e privadas me mostra claramente que a universidade (principalmente a pública) está encalhada em seu puritanismo acadêmico, em sua arrogância de não se misturar com outros setores supostamente menos qualificados, e que a empresa está encalhada em seu pensamento de que seu trabalho é muito sério para se dar ao luxo de confiar nos devaneios acadêmicos, nas loucuras teóricas de cientistas. O Brasil apresenta uma característica peculiar no que tange à atuação de cientistas em relação a países conhecidos como desenvolvidos. A esmagadora maioria de seus doutores atua em universidades, ou seja, doutores não são absorvidos pelas empresas. O país se esforça para transpor o abismo que separa esses dois mundos. Recentes leis, já mencionadas nesta entrevista, fomentam a absorção de cientistas pelas indústrias. Porém, elas carecem de agilidade e flexibilidade. Apesar dos esforços, parece que o país ainda não sabe como aproximar a academia da indústria.

Algumas empresas já se acostumaram a fazer uso de mecanismos de fomento (renúncia fiscal, por exemplo) para financiar pesquisas acadêmicas e alcançar diferencial baseado no conhecimento. Entretanto, na grande maioria dos casos, financiamento de pesquisa se torna um instrumento inadequado, pois o conhecimento gerado não pode ser internalizado. A empresa possibilita o desenvolvimento de uma inovação na academia, porém não pode se apropriar do grande resultado do trabalho, a saber, o conhecimento gerado, pois esse fica com quem efetivamente realizou o trabalho. As empresas, para que realmente se sobressaiam, devem participar dos trabalhos de pesquisa e desenvolvimento.

Por fim, gostaria que você falasse do eiranembeira, um dos resultados do que você chama de sua “veia artística”. O que o projeto significou na construção de seu livro?

O trabalho “eiranembeira” é anterior à ideia de escrita do livro, mas decididamente teve um papel preponderante na linha de pensamento que norteou seu desenvolvimento. A experiência me permitiu confirmar aquilo que a literatura científica tem dito sobre o perfil de pessoas criativas e de como a inovação fortemente baseada na criatividade se dá. Percebi que o mecanismo de criação e de desenvolvimento de um trabalho artístico é em essência o mesmo daquele usado para desenvolver um trabalho de cunho inovador. Quando comecei a escrever o livro, não sabia que iria citar o trabalho “eiranembeira”. Porém, a própria literatura que usei como fundamento para discorrer sobre o mecanismo de criação me fez ver que a citação não só era necessária, mas também concretizaria aquilo que havia sido exposto de forma teórica. A comparação feita no capítulo 7 entre a arte e o trabalho leva muito em consideração o fator pessoal. Como já disse anteriormente, quanto mais o trabalho for direcionado para as características mentais, mais semelhante com a prática artística ele se tornará.

Posted in Entrevistas | Tagged Administração, Criatividade, Inovação, P&D | 2 Responses

Relançamento e Degustação de Livros: É Possível Amar Duas Pessoas ao Mesmo Tempo? – Livro para o Dia dos Namorados

By Musa Editora on 24 de maio de 2010

O livro É possível amar duas pessoas ao mesmo tempo?, estudo realizado por pesquisadores da PUC-SP, investiga os caminhos e descaminhos dos relacionamentos amorosos. Trata do amor desde os gregos até nossos dias, e de seu impacto na cultura e nas sociedades. Afinal, é possível sentir amor por duas pessoas ao mesmo tempo? O que é a traição? Como essas questões foram e são vistas através dos tempos?

Degustação de livros: É possível amar duas pessoas ao mesmo tempo?

Sucesso da Musa Editora, o livro é relançado para o mês dos namorados com nova capa lilás e adaptado ao Novo Acordo Ortográfico. Deguste o livro gratuitamente aqui, e se aventure nos percalços do estudo do amor.

Clique aqui para ler o primeiro capítulo de É possível amar duas pessoas ao mesmo tempo? gratuitamente.

Posted in Degustação de Livros, Relançamentos | Tagged Amor, Degustação, Dia dos Namorados, Homem/Mulher, Traição | Leave a response

Degustação de Livros: Mentes Criativas, Projetos Inovadores – P&D e inovação

By Musa Editora on 20 de maio de 2010

O livro Mentes Criativas, Projetos Inovadores, de Klaus de Geus, que será lançado pela Musa Editora, em coedição com a Universidade Tuiuti do Paraná, no começo de junho, trata de como a criatividade precisa ser incentivada em ambientes de trabalho, possibilitando soluções inovadoras e adequadas aos objetivos das empresas no século 21. Klaus de Geus mostra os caminhos necessários para alcançar resultados significativos em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) e superar os limites do estabelecido pelos manuais.

Participe do projeto de degustação do livro, lendo gratuitamente uma parte do livro e comentando a visão do autor aqui, no site da Musa Editora.

Para ler o primeiro capítulo do livro, basta clicar no link acima e lê-lo em formato PDF. Boa leitura!

Posted in Degustação de Livros | Tagged Administração, Criatividade, Degustação, Inovação, P&D | 4 Responses

Musa Editora em Poços de Caldas: dias 24/04 a 02/05

By Musa Editora on 23 de abril de 2010

A Musa Editora estará presente, com todo seu catálogo, entre os expositores na V Feira Nacional do Livro de Poços de Caldas.

O evento literário tem convidados de altíssimo calibre, como Milton Hatoum, Ferrez, Fabrício Carpinejar e muitos outros, com uma homenagem especial a Rubem Alves no dia de abertura.

Para conferir mais informações, visite o site do evento. Visite o estande da Musa Editora, número 13. Faremos muitas promoções especiais para Poços de Caldas.

Compareça, prestigie a leitura!

Posted in Eventos | Tagged Evento literário, Feira de Livros, Poços de Caldas, Promoção | Leave a response

Lançamento de Livro – Aziza

By Musa Editora on 13 de abril de 2010

Romance e aventura

O País das Yjaras se estabelecera também como um grande centro de manufaturas de artigos de luxo: livros, joias, porcelana, vidros, roupas, etc. Suas destrezas eram altamente apreciadas e bem pagas e havia coisas belas por todas as feiras e bazares. As yjaras eram boas artesãs e muitas delas viajavam pelo continente, como Eurípedes e Florinda, e, por isso, cada bloco de cinco a seis casas era entremeado por uma estrebaria para cavalos e uma cocheira para os veículos. A cidade era animada o suficiente para agradar as jovens e impetuosas yjaras, mas calma e tradicional o suficiente para agradar as mais velhas e reservadas e o mesmo se dava com os visitantes que lá chegavam. O País das Yjaras e o jeito descontraído do povo dali eram uma experiência valiosa para todos: uma vida de cidade com a simplicidade da vida do campo, e o modesto, porém obstinado orgulho da vitória do esforço sobre o impossível, se via em cada patiozinho e em cada recém-pintada janela. Com muita dificuldade e passo a passo, as yjaras criaram seu pequeno país e seus ideais perfeccionistas de beleza, dignidade e boa-vontade ainda prevaleciam. Seguras de si, elas defendiam o direito de serem diferentes; e seus acometimentos de virtude eram firmes. No País das Yjaras a gente se sentia segura.

O livro Aziza será lançado no dia 14 de abril de 2010, no restaurante Macedo’s, no bairro de Perdizes, em São Paulo. O endereço é Rua Monte Alegre, 759.

Abaixo, a localização do restaurante no mapa do Google:

Exibir mapa ampliado

Posted in Lançamentos | Tagged Aventura, Aziza, Fantasia, Lançamento, Romance | Leave a response

« Previous

Procurando livros da Musa?

Degustação auditiva:
"Caprichoso e Garantido"
Editora Associada

Assuntos

Administração Alcoolismo Amor Artemídia Artes Ave Maria Expositio Aventura Aziza Ações Afirmativas Bancos Bernard Shaw Bienal do Livro 2010 Biografia Boi brasileiro Bíblia Caccini Carlos Kater Ciclismo Cinema Clarice Lispector Criatividade Crítica Literária Cultura Cultura Digital Degustação Design Devoradores Dia dos Namorados distribuição de livros Ditadura Ecologia Educação Educação Musical Elefante Eula Pinheiro Evento literário Fantasia Feira de Livros Festa do Livro da USP Ficção Filmes Flautista Florença Folclore Formação Profissional História Homem/Mulher Indígena Infantil Inovação Internet Juventude Kipling Koellreutter Lançamento Lendas Libre Literatura Literatura Portuguesa Livraria Cultura livreiros e distribuidores Livros Infantis Maquiavel Marilyn Monroe Mata Atlântica Matemática mercado editorial Mosteiro Musicantes Música Nietzsche Novela Ouvinte P&D Perspectiva Pintura Poesia Política Política Pública Portinari Poços de Caldas Prevenção Primavera dos Livros Promoção Religião Retórica Robert Browning Romance Russo Santa Teresa Santo Tomás de Aquino Sapo Saramago Schubert Sociedade Teatro Traição Trilíngue Universidade Wagner

Copyright © 2025 Musa Editora.

Criado em WordPress e Hybrid.